Luiz Carlos Cattacini Gelli, 57 anos,
divorciado, engenheiro eletricista há 30 anos, sommelier internacional da FISAR
(Federação italiana de sommelier), gastrônomo, pela Estácio de
Sá e professor de enologia na Unisuam. Amante de vinho, Luiz
Carlos Gelli nos deu uma entrevista descontraída antes de entrar em sala de
aula na faculdade Unisuam.
Papo
entre mulheres: O que é um enólogo?
Luiz
Carlos Gelli: Enólogo é o profissional formado pela
universidade de enologia. Esse profissional estuda todos os processos
bioquímicos que transforma a uva em vinho. Toda a cadeia de produção desde a
uva até o envelhecimento do vinho no barril de carvalho e em garrafa é
responsabilidade do enólogo. É a pessoa chave numa vinícola para poder produzir
um vinho. Detém todos os conhecimentos necessários para essa transformação. Faz
o vinho em função da variedade, da decisão do produtor e do mercado e está apto
a produzir qualquer tipo de vinho. É um profissional que trabalha dentro das
cantinas produzindo o vinho.
Papo
entre mulheres: Quando começou sua paixão pelo vinho?
Luiz
Carlos Gelli: Talvez na vida passada. Não posso dizer exatamente,
mas é muito tempo (risos). Posso afirmar com segurança que sempre que viajava
em férias procurava destinos que passavam por regiões vinícolas ou regiões de
gastronomia. Com o tempo fui adquirindo conhecimentos, montando a minha adega,
fazendo minhas experiências em gastronomia, enologia e harmonização e aos
poucos isso foi ocupando um papel muito grande na minha vida. Hoje
minha dedicação é quase exclusiva.
Papo
entre mulheres: O que você acha das vinícolas
brasileiras?
Luiz
Carlos Gelli: Acho que sou uma pessoa muito boa para
falar sobre isso porque quando comecei a lidar com vinhos era um dos críticos
maiores das vinícolas brasileiras, simplesmente as odiava. Não tinha negociação
comigo. Com o tempo fui percebendo que começou a haver uma mudança, mas uma
mudança até certo ponto tímida, sem muita vontade realmente de fazer uma grande
vinícola. Recentemente comecei a perceber que as vinícolas brasileiras
começaram a percorrer o caminho certo do vinho. Hoje afirmo com segurança que o
vinho brasileiro já é uma realidade.
Papo
entre mulheres: Então o Brasil tem condições de preparar
um bom vinho?
Luiz
Carlos Gelli: O Brasil demorou a descobrir o caminho, mas
agora descobriu e já temos grandes exemplos de bons vinhos no Brasil. Há
diferença entre o Brasil e um grande produtor de vinho hoje talvez seja a
grande quantidade de bons vinhos. Temos uma quantidade menor. O
espumante brasileiro é um grande exemplo.
Papo
entre mulheres: Uma harmonização perfeita?
Luiz
Carlos Gelli: Queijo francês de cabra com um vinho da uva
Sauvignon Blanc. Poderia ser também o foie gras com Sauternes. No dia a dia não
precisamos da perfeição e sim de um simples equilíbrio entre vinho e comida.
Papo
entre mulheres: Que tipo de cuidado devemos ter na hora
de montar uma adega?
Luiz
Carlos Gelli: São dois tipos de cuidados. Primeiro com a
climatização, você pode adquirir uma adega climatizada, como uma geladeira, que
se encontra nas lojas especializadas ou climatizar todo um cômodo de casa.
Segundo é a forma como você vai preencher a adega, que em minha opinião deve
refletir o gosto do proprietário e ao mesmo tempo ter exemplares de
praticamente todos os estilos de vinho de modo que para qualquer momento sempre
se possa utilizar o vinho certo.
Papo
entre mulheres: Um vinho que não pode faltar em sua
adega?
Luiz
Carlos Gelli: Champanhe
Papo
entre mulheres: Um vinho nacional e um vinho
internacional?
Luiz
Carlos Gelli: Nacional Lote 43 da Miolo e
internacional Château Latour.
Papo
entre mulheres: Por que das escolhas?
Luiz
Carlos Gelli: São vinhos de qualidade. Até hoje
o melhor vinho brasileiro e francês que bebi.
Papo
entre mulheres: Um drink a base de vinho?
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