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quinta-feira, 5 de junho de 2014

ENTREVISTA - LUIZ CARLOS GELLI

Luiz Carlos Cattacini Gelli, 57 anos, divorciado, engenheiro eletricista há 30 anos, sommelier internacional da FISAR (Federação italiana de sommelier), gastrônomo, pela Estácio de Sá e professor de enologia na Unisuam. Amante de vinho, Luiz Carlos Gelli nos deu uma entrevista descontraída antes de entrar em sala de aula na faculdade Unisuam.


Papo entre mulheres: O que é um enólogo?

Luiz Carlos Gelli: Enólogo é o profissional formado pela universidade de enologia. Esse profissional estuda todos os processos bioquímicos que transforma a uva em vinho. Toda a cadeia de produção desde a uva até o envelhecimento do vinho no barril de carvalho e em garrafa é responsabilidade do enólogo. É a pessoa chave numa vinícola para poder produzir um vinho. Detém todos os conhecimentos necessários para essa transformação. Faz o vinho em função da variedade, da decisão do produtor e do mercado e está apto a produzir qualquer tipo de vinho. É um profissional que trabalha dentro das cantinas produzindo o vinho.

Papo entre mulheres: Quando começou sua paixão pelo vinho?

Luiz Carlos Gelli: Talvez na vida passada. Não posso dizer exatamente, mas é muito tempo (risos). Posso afirmar com segurança que sempre que viajava em férias procurava destinos que passavam por regiões vinícolas ou regiões de gastronomia. Com o tempo fui adquirindo conhecimentos, montando a minha adega, fazendo minhas experiências em gastronomia, enologia e harmonização e aos poucos isso foi ocupando um papel muito grande na minha vida. Hoje minha dedicação é quase exclusiva.  

Papo entre mulheres: O que você acha das vinícolas brasileiras?

Luiz Carlos Gelli: Acho que sou uma pessoa muito boa para falar sobre isso porque quando comecei a lidar com vinhos era um dos críticos maiores das vinícolas brasileiras, simplesmente as odiava. Não tinha negociação comigo. Com o tempo fui percebendo que começou a haver uma mudança, mas uma mudança até certo ponto tímida, sem muita vontade realmente de fazer uma grande vinícola. Recentemente comecei a perceber que as vinícolas brasileiras começaram a percorrer o caminho certo do vinho. Hoje afirmo com segurança que o vinho brasileiro já é uma realidade.

Papo entre mulheres: Então o Brasil tem condições de preparar um bom vinho?

Luiz Carlos Gelli: O Brasil demorou a descobrir o caminho, mas agora descobriu e já temos grandes exemplos de bons vinhos no Brasil. Há diferença entre o Brasil e um grande produtor de vinho hoje talvez seja a grande quantidade de bons vinhos. Temos uma quantidade menor. O espumante brasileiro é um grande exemplo.

Papo entre mulheres: Uma harmonização perfeita?

Luiz Carlos Gelli: Queijo francês de cabra com um vinho da uva Sauvignon Blanc. Poderia ser também o foie gras com Sauternes. No dia a dia não precisamos da perfeição e sim de um simples equilíbrio entre vinho e comida.

Papo entre mulheres: Que tipo de cuidado devemos ter na hora de montar uma adega?

Luiz Carlos Gelli: São dois tipos de cuidados. Primeiro com a climatização, você pode adquirir uma adega climatizada, como uma geladeira, que se encontra nas lojas especializadas ou climatizar todo um cômodo de casa. Segundo é a forma como você vai preencher a adega, que em minha opinião deve refletir o gosto do proprietário e ao mesmo tempo ter exemplares de praticamente todos os estilos de vinho de modo que para qualquer momento sempre se possa utilizar o vinho certo.

Papo entre mulheres: Um vinho que não pode faltar em sua adega?

Luiz Carlos Gelli: Champanhe

Papo entre mulheres: Um vinho nacional e um vinho internacional?

Luiz Carlos Gelli: Nacional Lote 43 da Miolo e internacional Château Latour.

Papo entre mulheres: Por que das escolhas?

Luiz Carlos Gelli: São vinhos de qualidade. Até hoje o melhor vinho brasileiro e francês que bebi.

Papo entre mulheres: Um drink a base de vinho?

Luiz Carlos Gelli: Kir Royal, licor de cassis com champanhe. Outro drink que eu gosto é o Portonic, vinho do porto branco extra-seco, água tônica, rodela de limão, gelo e folhas de menta. Confesso que não sou especialista e nem apreciador de coquetéis. 

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