Olá. Esta semana gostaria de prestar uma homenagem a um dos
grandes músicos brasileiros, o percussionista Naná Vasconcelos, de 71 anos, que morreu na manhã desta
quarta-feira, dia 9, no Recife.
Apelidado de Naná pela avó, a música sempre foi o que moveu a
vida de Juvenal de Holanda Vasconcelos, que não media palavras para descrever
seu amor e conexão com ela. Era como se a música fosse a energia, a batida, que
movia o coração do percursionista.
Em
1960, Naná deixou o Recife e veio morar no Rio de Janeiro, onde gravou dois
discos com Milton Nascimento. Com o cantor Geraldo Azevedo, viajou para São
Paulo para participar do Quarteto Livre, que acompanhou Geraldo Vandré no
icônico Festival da Canção. A obra de Naná foi propagada e respeitada dentro e
fora do Brasil. Aliás, os bateristas e percussionistas brasileiros há mais de
quarenta anos encantam público e crítica no exterior pelo ritmo frenético que
só latinhos e africanos têm.
Naná
fez parte do grupo Jazz Codona, com o qual lançou três discos. Chegou a gravar
com o guitarrista e bluesman B.B King, com o violinista francês Jean-Luc Ponty
e com a banda Talking Heads, liderada por David Byrne, um dos grupos
precursores do movimento "new wave".
Nacionalmente,
ele participou de álbuns de Milton Nascimento, Caetano Veloso, Marisa Monte,
Egberto Gismonti e Mundo Livre S/A.
O pernambucano também fez trilhas sonoras para filmes
nacionais e norte-americanos. Foi eleito oito vezes, por revistas especializadas
em música nos Estados Unidos, como o melhor percussionista do mundo.
Em contraponto, por sempre acreditar que a música podia
transformar e melhorar a vida das pessoas, também era um humanitário nato. Naná
foi responsável por criar diversos projetos sociais como o "Língua
Mãe", que reuniu crianças de três continentes: América do Sul, Europa e
África. Naná também defendia levar a música para dentro das comunidades
carentes do Recife como forma de incentivo à educação e cultura.
Há 15
anos, a abertura do carnaval do Recife seguia sob o comando firme e talentoso
de Naná. Com 12 maracatus, 600 batuqueiros e o coral Voz Nagô, o marco ocorria
sempre na sexta-feira de carnaval, levando magia e beleza para a multidão de
foliões. Um espetáculo que só a criatividade de Naná e a força do carnaval
pernambucano podiam criar.
Separei
para você curtir um vídeo do trabalho de Naná, a música Africadeus, em
apresentação em Roma, na Itália, em 1983. É a nossa música, feita pelos nossos
músicos e compositores, que faz com que a Rádio Brasileiríssima seja tão ouvida
mundo afora. www.radiobrasileirissima.com.br.
Confira. Tenho certeza que você vai gostar muito.
Flávio Carpes
Contatos:
Telefone: (21) 96510-3274
Nenhum comentário:
Postar um comentário