Páginas

segunda-feira, 14 de março de 2016

FLAVIO CARPES - NOTAS MUSICAIS


Olá. Esta semana gostaria de prestar uma homenagem a um dos grandes músicos brasileiros, o percussionista Naná Vasconcelos, de 71 anos, que morreu na manhã desta quarta-feira, dia 9, no Recife.  

Apelidado de Naná pela avó, a música sempre foi o que moveu a vida de Juvenal de Holanda Vasconcelos, que não media palavras para descrever seu amor e conexão com ela. Era como se a música fosse a energia, a batida, que movia o coração do percursionista. 

Em 1960, Naná deixou o Recife e veio morar no Rio de Janeiro, onde gravou dois discos com Milton Nascimento. Com o cantor Geraldo Azevedo, viajou para São Paulo para participar do Quarteto Livre, que acompanhou Geraldo Vandré no icônico Festival da Canção. A obra de Naná foi propagada e respeitada dentro e fora do Brasil. Aliás, os bateristas e percussionistas brasileiros há mais de quarenta anos encantam público e crítica no exterior pelo ritmo frenético que só latinhos e africanos têm.

Naná fez parte do grupo Jazz Codona, com o qual lançou três discos. Chegou a gravar com o guitarrista e bluesman B.B King, com o violinista francês Jean-Luc Ponty e com a banda Talking Heads, liderada por David Byrne, um dos grupos precursores do movimento "new wave".

Nacionalmente, ele participou de álbuns de Milton Nascimento, Caetano Veloso, Marisa Monte, Egberto Gismonti e Mundo Livre S/A. 

O pernambucano também fez trilhas sonoras para filmes nacionais e norte-americanos. Foi eleito oito vezes, por revistas especializadas em música nos Estados Unidos, como o melhor percussionista do mundo.

Em contraponto, por sempre acreditar que a música podia transformar e melhorar a vida das pessoas, também era um humanitário nato. Naná foi responsável por criar diversos projetos sociais como o "Língua Mãe", que reuniu crianças de três continentes: América do Sul, Europa e África. Naná também defendia levar a música para dentro das comunidades carentes do Recife como forma de incentivo à educação e cultura. 

Há 15 anos, a abertura do carnaval do Recife seguia sob o comando firme e talentoso de Naná. Com 12 maracatus, 600 batuqueiros e o coral Voz Nagô, o marco ocorria sempre na sexta-feira de carnaval, levando magia e beleza para a multidão de foliões. Um espetáculo que só a criatividade de Naná e a força do carnaval pernambucano podiam criar.

Separei para você curtir um vídeo do trabalho de Naná, a música Africadeus, em apresentação em Roma, na Itália, em 1983. É a nossa música, feita pelos nossos músicos e compositores, que faz com que a Rádio Brasileiríssima seja tão ouvida mundo afora. www.radiobrasileirissima.com.br. Confira. Tenho certeza que você vai gostar muito.


Flávio Carpes

Contatos:
Telefone: (21) 96510-3274

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...