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sábado, 7 de março de 2015

LUIZ CARLOS CATTACINI GELLI - AMARONE DELLA VALPOLICELLA


A Itália é um dos poucos países que produzem vinho em todas as suas unidades da federação. Também é uma das nações com o maior número de variedades de uvas nativas, portanto não é de se estranhar que na Bota são produzidos muitos vinhos, de todos os tipos e estilos, dentre eles o famoso e clássico Amarone della Valpolicella.

Originário da região da Valpolicella, Vêneto, Nordeste da Itália, o Amarone é um tinto produzido principalmente com as variedades Corvina, Rondinella e Molinara que após serem colhidas são colocadas em esteiras e ou caixas, em locais conhecidos como frutaios, onde ao sabor das brisas vão desidratando, passificando.

O Vinho é o resultado da fermentação do suco destas passas que depois estagia por um período mínimo de 24 meses em barris de carvalho e mais um ano em garrafas antes de chegar ao mercado. Se revela encorpado, aveludado, seco, com graduação alcoólica elevada e um discreto amargor, de onde deriva seu nome: amaro é amargo em italiano, dai Amarone.

Na gastronomia podemos comer um Risotto de Amarone, combinar com as carnes vermelhas, preparar uma redução, acompanhar os queijos curados e até encarar o chocolate amargo.

Também são produzidos nesta região, localizada ao norte da bela Verona, terra dos Montecchios e Capuletos, que entrou para a história através do romance de William Shakespeare, Romeo e Julieta, os Valpolicella, Valpolicella Clássico, Ripasso e Recioto, uma versão doce do Amarone.

Devido a sua importância e qualidade o Amarone conseguiu o estatus de Denominazione di Origine Controllata, DOC, em 1990, e em 2010 atingiu a categoria máxima a DOCG, onde o G significa Garantita, destinada apenas a poucos vinhos dignos desta distinção em toda a Itália.

E tudo está interligado. Do Vêneto, por volta de 1875, partiram milhares de italianos rumo ao Brasil, com mudas de videiras escondidas nas malas, fugindo da miséria e de muitas doenças. A maior ocupação foi na Serra Gaúcha, onde através da influência destes imigrantes se tornou a maior região vinícola brasileira.

Hoje a maioria das vinícolas gaúchas pertence a famílias de descendentes dos imigrantes italianos do Vêneto.

Olindo Antônio Cattacini, um dos filhos de Victorio e Rosa, meu avô, também não se envolveu com o vinho. Apenas a quarta geração da família se engajou nesta tarefa e, em homenagem aos Cattacini, batizei a minha empresa.

Um negócio que leva o nome de uma família, uma saga como esta não pode ser uma aventura e sim uma conexão com o passado de lutas e dificuldades.

Saúde e paz!


Luiz Carlos Cattacini Gelli é sommelier e empresário. Em 2010, fundou a Cattacini Vinhos, cuja proposta é produzir e comercializar vinhos nacionais exclusivos.

Os vinhos Cattacini podem ser entregues em todo o Brasil através da importadora ENOEVENTOS: www.enoeventos.com.br/importadora/

Contatos:
Facebook: Cattacinivinhos
gelli@cattacini.com.br

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