Participei, no ano passado, do Seminário
Vinho e Mercado, uma das atividades do Rio Wine Festival, na Fundação Getúlio
Vargas.
Em determinado momento, houve uma colocação de um dos participantes, quando falávamos sobre vinhos nacionais, de que o Brasil ainda não tinha encontrado o caminho do vinho e que o fato de não termos uma uva emblemática seria uma das provas.
Malbec é sinônimo de Argentina. É a uva que se destaca, a mais plantada e que produz os melhores vinhos argentinos. Esta cepa, que tem origem em Bordeaux, França, produz seus melhores resultados em solo mendocino e, por isso, é considerada emblemática daquele país.
E, nesta toada, encontramos no Uruguai, a Tannat; na Nova Zelândia, a Sauvignon Blanc; na Austrália, a Shiraz; no Chile, a Carmenère e a Cabernet Sauvigon; nos EUA, a Zinfandel; e por aí vai...
É verdade que, naquele momento, não estava com vontade de entrar na discussão. Mas algo me incomodou. Saí do recinto taciturno e pensando a respeito para entender o porquê.
Mais tarde concluí que não faz sentido este conceito internacional ser aplicado em terras tupiniquins. E por quê? Somos um país que possui algumas características que não permitem eleger uma ou duas cepas que nos representem. Possuímos dimensões continentais, uma riqueza de gastronomia, com várias culinárias regionais, a convivência pacífica de várias etnias, uma diversidade muito grande de ritmos musicais, a liberdade de cultos religiosos, etc. Portanto, o Brasil por definição é um país múltiplo, plural, eclético e isso diz tudo.
A tradicional lavagem da escadaria da igreja do Bonfim, marcada pelo sincretismo religioso que junta católicos e adeptos do candomblé é um dos exemplos desta diversidade cultural. E que uva você julgaria que seria adequada a esta cerimônia?
Qual o país que as baianas do candomblé lavam as escadas da igreja católica? Como eleger uma casta que represente ou que se case com tudo isto?
Penso que não devemos ir neste caminho e, sim, na busca das variedades que melhor se adaptam a cada região vinícola, à cada terroir. Por exemplo, na Serra Gaúcha, Vale dos Vinhedos, a Merlot é considerada a tinta que melhor se expressa naqueles vinhedos. Na Campanha, a Touriga Nacional apresenta resultados fantásticos e quem sabe pode se tornar uma das castas mais importantes naquelas paragens.
Vamos afirmar o que é nosso e a diversidade é uma das características mais marcantes de nosso país e de nosso povo.
Somos diferentes e isto é maravilhoso!
Um mosaico cultural, um caleidoscópio gastronômico.
Em determinado momento, houve uma colocação de um dos participantes, quando falávamos sobre vinhos nacionais, de que o Brasil ainda não tinha encontrado o caminho do vinho e que o fato de não termos uma uva emblemática seria uma das provas.
Malbec é sinônimo de Argentina. É a uva que se destaca, a mais plantada e que produz os melhores vinhos argentinos. Esta cepa, que tem origem em Bordeaux, França, produz seus melhores resultados em solo mendocino e, por isso, é considerada emblemática daquele país.
E, nesta toada, encontramos no Uruguai, a Tannat; na Nova Zelândia, a Sauvignon Blanc; na Austrália, a Shiraz; no Chile, a Carmenère e a Cabernet Sauvigon; nos EUA, a Zinfandel; e por aí vai...
É verdade que, naquele momento, não estava com vontade de entrar na discussão. Mas algo me incomodou. Saí do recinto taciturno e pensando a respeito para entender o porquê.
Mais tarde concluí que não faz sentido este conceito internacional ser aplicado em terras tupiniquins. E por quê? Somos um país que possui algumas características que não permitem eleger uma ou duas cepas que nos representem. Possuímos dimensões continentais, uma riqueza de gastronomia, com várias culinárias regionais, a convivência pacífica de várias etnias, uma diversidade muito grande de ritmos musicais, a liberdade de cultos religiosos, etc. Portanto, o Brasil por definição é um país múltiplo, plural, eclético e isso diz tudo.
A tradicional lavagem da escadaria da igreja do Bonfim, marcada pelo sincretismo religioso que junta católicos e adeptos do candomblé é um dos exemplos desta diversidade cultural. E que uva você julgaria que seria adequada a esta cerimônia?
Qual o país que as baianas do candomblé lavam as escadas da igreja católica? Como eleger uma casta que represente ou que se case com tudo isto?
Penso que não devemos ir neste caminho e, sim, na busca das variedades que melhor se adaptam a cada região vinícola, à cada terroir. Por exemplo, na Serra Gaúcha, Vale dos Vinhedos, a Merlot é considerada a tinta que melhor se expressa naqueles vinhedos. Na Campanha, a Touriga Nacional apresenta resultados fantásticos e quem sabe pode se tornar uma das castas mais importantes naquelas paragens.
Vamos afirmar o que é nosso e a diversidade é uma das características mais marcantes de nosso país e de nosso povo.
Somos diferentes e isto é maravilhoso!
Um mosaico cultural, um caleidoscópio gastronômico.
Luiz Carlos Cattacini Gelli é sommelier e empresário. Em 2010, fundou a Cattacini Vinhos, cuja proposta é produzir e comercializar vinhos nacionais exclusivos.
Os vinhos Cattacini podem ser entregues em todo o Brasil através da importadora ENOEVENTOS: www.enoeventos.com.br/importadora/
Nenhum comentário:
Postar um comentário