Mochilas
gigantes e cheias de bolsos são verdadeiros atrativos para as crianças. O
problema é que, muitas vezes, elas não têm muita noção do peso que carregam nas
costas e nem sempre os pais se atentam para essa questão. De acordo com a
Organização Mundial da Saúde, 85% da população tem, teve ou terá problemas na
coluna. Em época de volta às aulas é importante que os pais não permitam que os
filhos carreguem o mundo nas costas (literalmente).
O especialista
em ortopedia pediátrica Rodrigo Mantovani, pai de Isabella e Marianna, conta
que diariamente vê em seu consultório casos de pacientes com problemas por
causa da mochila. “A criança é um esqueleto em desenvolvimento, não uma
miniatura de um adulto. Por isso não pode sair por aí com excesso de peso, isso
prejudica o crescimento e desenvolvimento ósseo. O ideal seria que não
carregassem mais de 5% de seu peso corporal. No entanto, não é isso que
acontece”, alerta.
O peso
excessivo das mochilas pode ocasionar problemas nos tendões, músculos e ossos
que, se não forem detectados e tratados, podem ser irreversíveis. Como na
maioria das vezes as crianças regulam a mochila para ficar ou muito para cima
das costas ou muito para baixo, e insistem em carregá-la em um ombro, também
podem apresentar complicações como corcunda, um ombro mais alto que o outro,
escoliose e problemas de equilíbrio. Se não for tratado desde o início, pode
acontecer de o paciente precisar usar colete.
Infelizmente
muitos materiais escolares, como livros, cadernos e apostilas, precisam ser
carregados todos os dias, e a maiorias das escolas não disponibiliza armários
ou prateleiras para guardar esses itens.
Aliviando a
carga
É importante
ficar de olho no peso dos materiais que estão sendo levados para a escola. Se
você segurar a mala e achar que está pesado para você, imagine para uma
criança. O ortopedista diz que você pode verificar se realmente tudo que está
na mochila precisa estar lá. Afinal, pode ser que você encontre um brinquedo ou
livro que está sobrando e fazendo peso extra.
Caso todos os
materiais sejam necessários, então o peso deve ser distribuído. Alguns livros e
cadernos podem ser levados dentro da mochila e outros carregados na mão. Se
você tem a possibilidade de levar e buscar seus filhos na escola, também pode
carregar a mochila enquanto estiverem com você. São medidas simples, mas podem
fazer diferença na saúde de uma criança.
É importante
que você observe a regulagem das alças e como seu filho carrega a mochila. O
ideal é que ela fique no máximo 10 cm abaixo do umbigo da criança.
A possibilidade
de trocar a mochila convencional por uma de rodinhas ou incluir um carrinho
precisa ser considerada. Talvez a opção não agrade muito seu filho – e, caso
haja excesso de peso, também pode provocar problemas, como desvio rotacional –,
mas pode ser uma forma de eliminar o problema.
“É importante que essa criança tenha o hábito
de praticar exercícios físicos aeróbicos, natação, corrida, futebol, vôlei e
basquete, pois eles fortalecem a musculatura, corrigem a postura e diminuem a
possibilidade de dores”, alerta Mantovani.
Dicas para
arrumar a mochila
- Opte por
mochilas com duas alças largas e acolchoadas e evite o uso de bolsas com apenas
uma alça (modelo carteiro)
- Coloque os
materiais pesados junto às costas e nunca nas laterais
- Fique atenta
se seu filho precisa alterar a postura quando está andando com a mochila
(Fonte: Pais e Filhos)
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